O Artista, Damon Albarn
O esforço intitulado Rocket Juice & The Moon é, como
disco, tão necessário como o Artista
de Michel Hazanavicius o é como filme. Diz-se isto sem adoptar um carácter
abonatório ou detractor. É um facto apenas.
Fazemos esta afirmação para que
se tenha em consideração que o Artista
não deverá ser visto como um filme mudo, não substitui nem pretende ser uma
obra prima como O Grande Ditador, Ben-Hur, O General, Robin dos Bosques, Metropolis
ou Nosferatu. O que não quer
dizer que não seja um bom filme. A
procura de expor o grande público uma linguagem que, estando esquecida, mantém
a capacidade de comunicar e de ser bela é de louvar. É uma homenagem a uma
forma de expressão, a um estilo que alcança quem nunca alcançou, pelas
contingências cronológicas das quais a memória é refém. Não alheio a esta
abertura, está o factor Hollywood bem
manifestado no casting de actores e na distribuição.
Duvido que quando Damon Albarn
(Blur, Gorillaz, etc), Flea (Red Hot Chilly Peppers), Tony Allen (baterista de
Fela Kuti) se juntaram para formar o projecto Rocket Juice & The Moon, quisessem revolucionar a música, ou
criar algo que pudesse ser comparado aos grandes trabalhos de Fela Kuti, Funkadelic
ou Sun Ra. Parece-me que quiseram antes mostrá-los ao grande público com esse
toque de casting Hollywoodesco que são os blur, os Gorillaz, os Red Hot Chilly
Peppers, Erykah Badu ou o ciruito de distribuição garantido pela Honest Jon’s
Records.
O projecto foi anunciado por
Albarn há coisa de um ano, e a sua primeira actuação foi no Irlandês Cork Jazz
Festival a 28 de Outubro de 2011. No dia anterior, num comunicado, Damon Albarn
avançava o nome deste colectivo
afirmando nada ter a ver com a escolha do nome, tendo este surgido algures em
Lagos através da liberdade do criador da capa do disco, que achou por bem
escrever a três cores e em espiral “Rocket
& The Moon”.
No comments:
Post a Comment